30 de dez. de 2009

– EPÍLOGO –



O reflexo dos dias brilha na memória
Sobre os traços da escuridão e da esperança
Na essência que sangra em gotas amargas

A síntese da análise transborda
Desvela um fragmento da existência
Indica a aparência da desilusão

Um esboço construído com cinzas
Linhas finas inscritas bem fundo
Um ensaio em seus últimos pecados

O desprezo pela superfície
O duplo sentido da espiral animada
Lembranças que encontram a combustão

O tempo move
O silêncio perpetua
As últimas palavras proferidas em vão.

(Ghost Grey)

29 de dez. de 2009

– O TEATRO DOS ESPELHOS –



Estou caminhando a algumas polegadas acima da poeira. Sigo a rota do vento, que ansiosamente, guia-me até uma tempestade marítima. O passado ainda brilha no horizonte, mas está perdendo a sua forma cristalina. Não sei até onde irei vagar, somente desejo apagar parcela dele da memória. Sinto que preciso desviar-me das fugas mais simples. Vislumbro essa necessidade ambiciosa, porém, refletida em planos intermitentes. A síntese talvez possa ser uma nova altitude, à altura das angústias mais expressivas. Existem tantas saídas flutuando nos pensamentos, mas todas as portas parecem gastas pelo tempo. Mas na décima quarta entrada do nevoeiro à frente, sinalizada por um relâmpago flamejante, encontrei a profundidade desejada. Mergulhei em sua aquarela cinzenta e deparei-me com um jardim flutuante, erguido por raízes que escondem a sua própria base. Ao tocar a sua superfície, provei o choque de uma realidade desconhecida. Atordoante momento e seus segundos penetrantes, quase eternos abaixo de minha pele. Por instantes permaneci estático, como uma rocha que conhece as influências do habitat. Mas minha resistência logo se desfez, tamanha era a surpresa. Então me tornei areia e escorri por entre as frestas da paisagem semeada. Ambiente visualmente estruturado em formas multicoloridas e exóticas, tão atrativas à minha pequenez. Rastejei e encontrei figuras, palavras e seres mais leves do que o ar. No silêncio, pude sentir vibrar os segredos mais venenosos. Encontrei antigos pensamentos refletidos em um espelho de bordas prateadas, embora o pano de fundo fosse branco e pálido. Seriam previsões de um visionário cego? Não importa, tudo isso é indiferente nesse ponto do percurso. Então, reuni cada elemento visitado e revisitado, para poder formar o seu substrato. Aos poucos, o que era esparso começou a unir-se, dando sentido ao devaneio. Chorei ao sinal das primeiras formas, como se essa sensação fosse nova. O desdobramento estava engatilhado. Inconscientemente, tornei-me barro. Por instantes, senti-me parte da paisagem, mas apegado ao solo, em seu nível mais baixo. Mas premeditadamente, uma lembrança chamou a minha forma original á baila. Senti-me sujo, mas de alguma forma, parcialmente purificado, embora as cicatrizes estivessem adquirindo nova conformação. Ergui-me e soprei parcela da poeira remanescente no olhar. Então, em minutos, caminhei pelos anos de um novo mundo, colhendo com mais cautela os fragmentos de uma máscara ferida. Passei a desejar as suas ruínas, tornei-me excessivamente corrosivo. Somente cometi um erro cabal. Comecei a enferrujar juntamente com ela. Mas em verdade, como posso permitir que uma máscara fite a minha transparência? Não haveria de o disfarce ser refletido de volta? Mas a sobreposição dos elementos mais básicos da realidade deixou-me enjoado. Creio que deve ter sido o estômago que me tornou sarcástico. Mas mesmo nos momentos de maior inconseqüência, senti prazer em prosseguir em direção às cinzas, mas desde que a combustão fosse mútua. Então, quando juntei a penúltima peça do quebra-cabeça, deparei-me com um castelo na planície mais árida da região. Adentrei o portão principal, que estranhamente estava desguarnecido. Talvez seja surpreendente que um plebeu se atreva a cruzar os muros que guarnecem um castelo, inclusive por não saber se o seu governante veste luvas de ferro. No entanto, embora não houvesse marcas aparentes de um conflito bélico, nem os restos mortais de algum habitante, o lugar parecia inabitado. A solidão seria obra de algum Deus faminto? Ou ali seria a morada deste mesmo Deus? Talvez um Semi-Deus? Não importa, o meu ceticismo me faz demasiadamente impetuoso. Estaria me oferecendo ao mais letal dos perigos? Não! Não creio que me conformaria com tal facilidade. Então prossegui e percebi um de meus enganos. Ao chegar a um grandioso salão, notei que havia vida entre as densas paredes, mesmo que mínima fosse a sua manifestação. Enganei-me, pois seres que desconheço, estavam erguidos nas paredes, semelhantemente a troféus de caça. Vestiam máscaras coloridas e variadas, algumas até risonhas, embora o silêncio fosse assustador. Estremeci. Haveria ali um caçador habilidoso? Ou seria uma caçadora? Isso aumentaria o meu receio em dias escuros, talvez até em dias translúcidos com este, pois as fêmeas têm esse instinto inscrito em suas almas. Ainda havia vida pulsando abaixo da pele. Mas certamente o meu maior temor não era este. É a escravidão o pior dos flagelos que se pode impor em momentos de fraqueza ou pureza demasiada. A condição de presa subverte os meus instintos mais elementares. Mas longo havia sido o caminho e acreditava que o destino haveria de me presentear com algo espetacular. Entretanto, embora não desejasse retroceder, caminhei com mais cautela. Cerrei os pulsos e expus minhas cicatrizes. Então, cheguei até uma porta grandiosa, talvez a principal que encontrei em seu interior, pois as demais eram laterais e menores. Parecia esculpida com muita habilidade, embora com simplicidade. No seu centro havia uma inscrição que dizia: “Somente aqueles que conservam certo grau de pureza podem adentrar e servir-se, mas os orgulhosos encontrarão a sua própria ruína”. Seria necessária uma marreta para penetrar essa porta? Ou a presença de um tolo poderia ser aguardada? Empurrei-a com força e ela rugiu como se estivesse viva. Adentrei e logo percebi que ali somente podia ser o local onde estaria localizado o altar dos governantes. Velas iluminavam o caminho até o trono, semi-oculto entre as sombras refletidas nos pontos cegos ao meu olhar. Enquanto caminhava, observei a arquitetura ao redor. Encantei-me com a sua simplicidade e com suas linhas precisas, contornando a premeditação da arte. Ao aproximar-me, percebi que um dos tronos estava vazio. No outro, parecia haver uma mulher. Aproximei-me e ajoelhei em sinal de reverência, olhando para o chão, pois me lembrei dos troféus durante o caminho. Por instantes, um silêncio cortante dominou o cenário. Mas a pessoa que estava sentada no trono, em um ato de bondade, falou: “Levante-se. Neste reino somos iguais”. Era uma voz feminina, certamente. Suave, mas maliciosa, como uma melodia intrincada. Levantei-me e fitei-a com cautela. No mesmo instante, percebi que lateralmente, mas atrás do trono dela, havia quatro anjos, dois em cada lado, e um Demônio mais ao fundo, ao seu lado esquerdo, que segurava uma flor endêmica. Essa flor possuía luz própria, por isso pensei que somente florescesse em solo habitado por demônios. Logo me questionei qual deles seria o seu amante, o seu bobo da corte, o seu malabarista, o seu macaco amestrado e o seu criado, pois até aquele momento somente ela, a Rainha, possuía forma humana. Então ela perguntou-me: “O que lhe trás aqui?”. Enquanto eu pensava, perguntei-a de forma respeitosa qual era o seu nome. Então ela se levantou e pude observá-la com mais nitidez. Era uma mulher imponente que, certamente, já não era mais uma menina. Seus longos cabelos tinham um tom laranja-avermelhados e sua pele era semelhante ao branco das nuvens de outono. O seu corpo estava oculto sobre as camadas do suntuoso vestido preto, mas parecia possuir curvas sedutoras. E ela respondeu: “Sou a Rainha Diana, mas o que lhe trás aqui?” Impaciente, ela repetiu a pergunta. Desta vez, concentrei-me. Medi as palavras, pois estava na presença de uma Rainha. Não podia simplesmente dizer que ventos tempestuosos haviam me guiado até ali e que o esquecimento era o meu propósito. Então comecei a contar-lhe sobre uma instigante aventura, pois ouvi dizer que rainhas gostam de fábulas. Mas logo ela interrompeu-me e disse: “É indelicado conversar sem olhar nos olhos do interlocutor”. Sei que o meu gesto pode representar também falta de confiança ou temor, em raras oportunidades, respeito demasiado. Mas temi confrontá-la em seu interior. Afinal, vivemos em mundos diferentes. Talvez ela pudesse ir muito fundo e chocar-se com a miséria que eventualmente encontrasse em meu interior. Não que eu carregasse um deserto entre minhas entranhas, mas é que ouvi dizer que rainhas estão habituadas a campos verdejantes. Lado outro, eu poderia ser surpreendido pelos segredos dela. Nesse jogo de poder, eu era apenas o plebeu. Mas após refletir, eu disse: “Procuro pela última peça de um quebra-cabeça”. Dessa forma minha jornada pareceria instigante. Então ela pegou uma caixa ao lado de seu trono e ordenou que eu me aproximasse, esticou os braços e disse: “Pegue-a”. Segurei-a nas mãos. Notei que entalhado em sua tampa havia um desenho do Sol e da Lua fundindo-se, e, contornando-os circularmente, um arco-íris que, se não me confundi na contagem, possuía nove cores. Nas laterais havia símbolos que eu desconhecia o significado, mas que pareciam uma forma de escrita. Mas antes que eu pudesse observar todos os detalhes, ela completou: “Faz tantos anos que espero um visitante que deseje preencher um espaço vazio. Mas devo adverti-lo, somente abra-a quando sentir que realmente encontrou o que procurava”. Perguntei a ela o que eu poderia oferecer em troca pelo presente e pelos conselhos, pelo que, ela perguntou: “O que um plebeu teria a oferecer a uma Rainha?”. Ela estava certa, eu não carregava nada além do meu próprio corpo e dos meus pensamentos. O que eu poderia oferecer-lhe? Sou apenas um homem simples caminhando descalço em um Mundo desconhecido. Senti-me constrangido, mas perguntei: “Teria algo que eu pudesse fazer para Vossa Majestade?”. Logo percebi que a expressão no rosto dela deixou de ser amistosa e ela falou de forma ríspida: “Longa parece ter sido a sua jornada até aqui. Então o tempo deve estar sendo conivente com as suas escolhas. Não tente antecipar o que o amanhã lhe reserva. Meu criado irá servir-lhe algo para comer e depois irá levá-lo a um dos aposentos. Descanse, pois ao nascer do Sol, tu não serás mais bem-vindo neste castelo”. E prontamente se retirou por uma porta lateral. Logo apareceu um dos seus criados e pediu que o seguisse, era um dos seus anjos. Fiquei surpreso, não sabia que anjos falavam, embora tenha aprendido sobre a existência deles ainda na infância. Ele fez exatamente o que a Rainha havia dito. Serviu-me o que comer e levou-me a um dos aposentos do castelo. Sentia-me cansado, e após o banho, deitei e adormeci. Dormi um sono profundo, embora dormir em um local onde havia um Demônio não fosse sensato. A noite fluiu despercebida. Teria sonhado com algo inimaginável? Talvez a noite tivesse sido fria. Então acordei, despertei ao som de aplausos. Assustado, olhei para os lados, mas não havia ninguém por perto. Percebi que eu estava em uma arena oval, sentado em uma das fileiras de pedra. Como mágica, não era dia nem noite, o céu estava simetricamente dividido. Mas no centro da arena estava sendo realizada uma apresentação e parecia que eu era o único espectador. Havia seis componentes, cada qual com uma fantasia diferente. Observei com mais atenção e percebi que um deles representava o Sol, outro a Lua, um deles as estrelas e outro o tempo. Também havia um Rei e uma Rainha, que na apresentação, ficavam sempre no centro em relação à posição dos demais componentes. Todos dançavam em movimentos extremamente sincronizados e interagiam entre si. Somente o Rei e a Rainha não se tocavam. A apresentação prosseguiu, mas em um dos atos, todos os personagens se deitaram, o Rei se ajoelhou e a Rainha permaneceu em pé à sua frente. Então começou a ventar, cada vez mais forte, e, aos poucos, tudo ao redor começou a se desfazer em areia. Senti que também estava desmanchando juntamente com o todo. Percebi que a caixa que havia me sido presenteada estava ao meu lado. Somente ela parecia não sofrer as influências do vento. Então reuni um pouco da essência que escorria do meu próprio corpo e um pouco da essência da paisagem e dos personagens. Abri a caixa com o fito de guardar um pouco da areia, como recordação daquele momento passageiro. Mas para o meu espanto, dentro havia uma ampulheta dourada e a sua areia estava chegando ao fim. Senti que antes que o último grão tocasse o fundo dela eu necessitava captar a essência desta miragem, pois as cortinas estavam se fechando e o elenco estava retrocedendo. Ela seria apenas fruto da arte da ilusão? Estou em um carrossel animado? Ou é um devaneio risonho? É um circo? Preciso pintar minha máscara. Estou pintando minha máscara. Alguém sorria por mim, não há nada mais cativante.

(Ghost Grey)

28 de dez. de 2009

– VÉSPERA DE ANO NOVO –



"Apenas os pássaros domesticados têm um desejo. Os Selvagens voam."


"Então, mais uma vez,
outro Ano Novo vai curar a nossa dor.
Fé pelos poucos
e ritos que nos farão corajosos.
Tão novo.
Rimos e brindamos a um Feliz Ano Novo.
Feliz?

Velas se apagam
e na escuridão o futuro chega.

Rimos - todos conscientes,
mas sem nunca falarmos das máscaras que usamos.
Cegos!

Virar espelhos de ponta-cabeça
não fará com que a poeira caia do chão.
Esconder as feridas não fará com que a dor seja menor.
Dormir não fará com que você fique inteiro novamente.

Mude o interior!
...beba a chuva...

Vestir nossas palavras,
ver a poeira e as falhas dentro de nós dói.
Um último copo,
um gosto azedo de nossas promessas.
Eu lhe dou adeus
e me arrasto para fora de minha concha.

Estou acordado!
Eu vejo os erros que cometo.
Esconder as feridas não fará com que a dor seja menor.
Dormir não fará com que você fique inteiro novamente.
Mude o interior...

Hoje eu encontrei uma semente de dor.
A colheita deixa um solo de vergonha.
Agora me dispo e encaro o amanhã
e bravamente caminho rumo à culpa.

Eu vou procurar meu lar fora desse território,
eu correrei para alcançar o passado,
uma resolução para a Nova Vida.
Dessa vez sei que vai durar.

E eu vou...
mudar o interior,
beber a chuva,
expor minhas feridas para curar a dor.

Entenda o trabalho do Sistema...”




(Pain Of Salvation – New Year’s Eve – One Our By The Concrete Lake)

26 de dez. de 2009

– A ESTRELA DOS MEUS DIAS –



Esperança luminosa que marcou a escuridão em meu olhar,

ao permitir-me vislumbrar a fonte do seu brilho.

Moveu-se e iluminou os caminhos,

guiando-me para longe das sombras e dos labirintos.

Sensibilidade confortante,

tocou-me em profundidades nunca alcançadas.

Presenteou-me com sonhos coloridos,

dissolvendo a densa tristeza que me era inerente.

Beleza estonteante,

inesquecível à alma de um homem simples.

Concedeu-me o conforto do íntimo entendimento,

este porto seguro entre abismos ocultos.

Luz viva e penetrante,

dançando em movimentos sedutores.

Tocou o meu corpo despido,

consumindo cada desejo nascido em ode a ti.

Trouxe a eternidade em cada segundo,

enquanto me ensinou a flutuar em seu rastro de luz.

Transformou todas as estações em primavera,

simplesmente por ser o norte dos mais belos sentimentos.

Comentas apenas cruzam a escuridão que fica,

mas tu és a estrela dos meus dias.

(Ghost Grey)

25 de dez. de 2009

– LUXUOSO BANQUETE –



Hoje é o grande dia!
Hoje é o grande dia!
A festa vai começar
e eu sou o artista principal,
juntamente com o Jesus de metal.
Ou seria de plástico? Ou barro?
Segundo o Vaticano ele haveria de ser de ouro
e cravejado com pedras preciosas.
Vamos soprar a poeira!
Vamos encher as taças!
Nem mesmo o cinza do céu
pode manchar um dia planejado com cuidado.
A alegria transborda,
flutua até o olhar.
É um instante mágico!
Já posso sentir a euforia fluindo nas veias!
A platéia se aproxima
e é tão confortante sentir o calor humano.
Manifestações de carinho e apreço
compartilhadas até o limite.
O amor vem em caixas
e é tão bom sentir essa comodidade.
Então vamos celebrar!
Cantar!
Dançar!
Sorrir!
Saciar a sede e a fome!
Falar sobre o passado e planejar o porvir!
Somos tão dinâmicos!
É tudo tão magnífico!
Impecavelmente organizado!
Então um brinde ao salvador!
E um brinde ao Papa também!
Um brinde aos Estados Unidos da América,
à toda a Europa e à África também!
Um brinde aos produtos da China!
Um brinde à Dubai!
Um brinde aos políticos do Brasil!
Um brinde à todos nós!
E à compaixão!
À humanidade!
É divino!
É o êxtase!
Sirva-se neste luxuoso banquete.
Vamos brindar outra vez!

(Ghost Grey)

24 de dez. de 2009

– TRISTE AMBIVALÊNCIA –


Quando o inverno circundar a sua pele,
embora oculto na escuridão da noite,
lembre-se dos sonhos de verão acima das montanhas.*

Somos o vento e a brisa dançando distantes do chão,
um simples momento em um tempo que passou.

Quando a imaginação moldar figurar atípicas,
reunindo palavras e imagens como peças de um quebra-cabeça,
estará formado um momento de nostalgia.

Somos uma metáfora imperfeita escrita sobre a areia,
um simples truque dos pensamentos e dos desejos.

Quando o esquecimento tornar-se cúmplice de nossos pecados,
devolvendo-nos a leveza necessária para continuar,
estaremos habitando o conforto de outros corações.

Somos a distância e o silêncio,
uma simples previsão dos meus pensamentos.

Quando desejar reencontrar os fragmentos do passado,
feche os olhos e mova-se com a tempestade,
na direção dos ventos que puxam do norte.


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*As montanhas de Ibitipoca (e tantos outros lugares) guardam momentos que parecem irreais, mas tenho mais do que uma coleção de fotos para mostrar que estou errado. Tudo foi escrito na eternidade. Às vezes, essas recordações me fazem rastejar até o passado, embora agora eu esteja vivendo uma realidade muito mais bela, onde somente a aventura é menor. Estou compartilhando os dias ao lado de minha fiel companheira, amor de minha vida. Você foi apenas a minha maior paixão. E como o sentido em latim da palavra indica, o meu maior sofrimento. Mas eu sei que o que brilhava em seu olhar era algo mais. Por isso eu sou imperdoável.

(Ghost Grey)